sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Bom, meus irmaos, como tenho tempo vou falar do Carnaval. Claro que o Carnaval que apanhei nao foi O Carnaval. O Carnaval dura tres dias, e os dois em que eu ca estive eram no Sambodromo, onde eu não fui. Ou seja, O Carnaval é pra turista, rico e menino da favela que desfila. No resto, o carioca sai do Rio porque nao tem paciencia e os preços sobem 30% (veridico: num dia a Caipirinha era a 8 reais, no outro passou pra 4).

Pra perceber o meu Carnaval tem de se saber onde estou. Ora, eu estou em Ipanema, perto de Copacabana e da Lagoa Rodrigo de Freitas. Que é ao pé da Bofetada, que é o bar gay do Rio por excelência. Saibam que o Rio e das maiores cidades gay do mundo. E no Carnaval É a maior cidade gay do mundo. Portanto, eu estava no centro da zona gay da maior festa gay da maior cidade boiola do mundo.

Logo, a primeira reacçao ao Carnaval foi que menina era feia e homem era enorme. Sim, porque ha duas concepçoes do aspecto fisico: Homem acha que fisico e importante, menina nem por isso. O Boiola acredita que o corpo masculino pode ser mesmo bonito. Logo, menina gay, que eram tantas como os homens, eram feias e desarranjadas, Boiola (ou Veado) e grande, forte, e completamente depilado.

Agora, imaginem ir as compras, no primeiro dia, e no caminho p´ra casa ter de fazer dois quarteiroes como se estivesse na ponte romana de Ponte de Lima nas feiras novas, carregado de sacos e a ter de ser roçado por 5000 boiola. Nada contra, mas é um choque.

Portanto, a minha primeira reacçao ao Carnaval do Rio foi de susto; graças aos céus a noite e um dia em Copacabana convenceram-me que não é tudo assim. Há ritmo, há cor, e nos ultimos dias as meninas bonitas têm voltado (sim, voltado, de outyros Carnavais à cidade.

Mas continuo a achar que o Carnaval no Rio é pra turista, boiola e travesti.

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