sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Bom, ca vamos na Argentina, que e tao civilizado que ate chateia, mas que nao tem cobertura da Vodafone, pelo que estarei alegremente incomunicavel ate ao meu regresso.

A diferença com o Rio começa logo na cara das pessoas. O que da azo a fazer o elogio dos nossos anfitrioes no Rio.


Para terem noçao, os argentinos tem cara de quem passou 45 anos a levar com o vento na fronha, de feiçoes angulosa e tez poeirenta. As argentinas, pelo menos ate ja, sao sobre-avaliadas.

Ja os brazucas de quem vos vou falar sao cariocas de gema. Estou a referir-me a Cesar Seixas, agente turistico e amigo do pai do Ricardo, que esta casado pela terceira vez com uma amiga da sua primeira mulher, Debora, que por sua vez esta saida de um primeiro casamento com o irmao da primeira mulher do Cesar (confusos? Eu tambem).

O Cesar e um carioca palido, porque nao apanha sol com todo o trabalho que faz. E gordo e tem cara de esquilo, fala so de gajas, homofobico ate a espinal medula e o maior fala barato que eu conheço. E foi meu pai, tio, irmao mais velho, tentativa de chulo, pai de santo e ligaçao com o altissimo. Para alem de nos ter disponiblizado o seu apartamento de solteiro no melhor sitio possivel, entre a lagoa Rodrigo de Freitas, Ipanema e Copacabana, pagou-nos jantares (o nosso desporto favorito era o "Quem consegue roubar a conta?"), bezanas, nao dormia por nossa causa, levava-nos a todas as discotecas, metia-se com meninas para sairem connosco (algo de oerfeitamente desnecessario, devo dize-lo), organizou-nos visitas turisticas a borla e ainda viajou inumeras vezes entre casa e aeroporto por causa das minhas (reaparecidas) malas. Nunca vi ninguem falar mais, com mais gente e mais disparatadamente que ele. E no entanto nao nos podiamos deixar de rir com metade das coisas que dizia e adora-lo por tudo o que nos proporcionou.

A Debora, por sua vez, era uma loira platinada falsa, com ar de ter feito 4 plasticas a cara. Nunca andava com uns saltos inferiores a 15 cm, um top maior que um cachecol e uma saia que mostrasse menos que todas as pernas. Era de uma simpatia esforçada, e nunca a vi a virar-se para alguem para o ouvir ou falar-lhe sem colocar o seu sorriso pepsodent numero 5, nem mante-lo sem estar em comunicaçao directa com alguem. Levou-nos onde o Cesar nao nos podia levar, nao a podiamos deixar entrar em casa sem começar a limpar tudo e ainda nos arranjou forma de ir ao sambodromo. Para culminar, deixou as crianças com a avo para fazer tours entre o aeroporto e nossa casa (o Ricardo saiu as 3, nos as 7), para que os dois Pedros pudessem ir a praia.

Devo dizer que nunca tive uma conversa de nivel superior a -3 graus de profundidade, mas nunca conheci pessoas tao simpaticas e prestaveis. E agora vamos ve-los aqui em Buenos Aires (Cesar em trabalho, Debora em turismo).

E isto que os cariocas sao. Nao gostei muito da cidade, nao me vejo a viver la, mas a malta (classe media pra cima,pelo menos) sao uns bacanos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Afilhado :

Continuo a seguir, babada e interessada, as tuas crónicas de viagem.

Posso concluir, pela tua coversa que, a ir ao Rio, ficaria contente os primeiros 3 a 4 dias depois...basta,t'á !

Espero pelas mensagens de Buenos Aires para,apesar da " fronha " dos argentinos, avaliar da quantidade e qualidade de uma próxima estadia aí desta tua tia.

Não posso escrever muito, não porque esteja em horário de trabalho ( !!! ), mas porque estou a entrar no período para reflectir antes da votação...tirem-me daqui!

Só me lembro duma " prancha ", que me enviaram por mail, da argentina Mafalda em que esta questionava a sua amiga Liberdade sobre as intenções de voto do Pai desta. Parece que o dito Pai já sabia em quem votar, mas andava sempre com cara de infeliz independentemente de pensar que o candidato dele ganhava ou perdia e até quando pensava em votar noutro !! Depois mostro quando voltares.

Segunda feira, provavelmente com cara de infeliz, escrevo.

Bjs

Gija