sábado, junho 02, 2007

Pequenas coisas que melhoram a vida de uma pessoa
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Por esta altura o ano passado ia morrendo de frio.
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Agora que já consegui a vossa atenção, posso dizer que não ia morrendo coisa nenhuma. Mas tive mesmo muito frio. Claro que a pergunta que alguns se estão a fazer neste momento é: e depois? Bom, se se estão a fazer essa pergunta é porque têm sérios problemas de atenção, porque já não se lembram do início deste post: "Por esta altura o ano passado". Esta frase poderia ser a abertura de um thriller, comigo enfiado dentro de uma arca frigorífica por agentes do KGB. .
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Portanto, e recapitulando (já que algumas pessoas estão com manifestos problemas de concentração), em Portugal, em fins de Maio de 2006 alguém que acha que pode escrever um blog descobriu que estava com muito frio. Tanto frio que ainda se lembra de ter tido frio um ano depois, tão gelado que pensou que, não fora o facto de ser o dia mais quente do ano e o amor de uma (boa) miúda, poderia ter apanhado uma bela duma pneumonia.
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Neste momento vou-me deixar de enigmas: caro leitor, ganhou o meu respeito pelo simples facto de continuar a ler. Vou passar a tratá-lo como um adulto.
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O ano passado lembrei-me de ir à Ericeira praticar o desporto que a minha condição de yuppie betinho me impõe, o chamado surf. Estavam cerca de 40 ºC, pelo que nem pensar em pôr um fato. Mas ainda não tendo apanhado sol esse ano e sendo duas da tarde, nem pensar em ir fazer surf em tronco nu, sob pena de me tranformar no meu bom amigo, o camarão humano. Depois de cerca de três segundos a pensar resolvi vestir uma lycra, que não aquecendo o corpo o protege dos violentos ataques de um sol inclemente. Sucede que a lycra tem a estúpida tendência de absorver parte do oceano e mantê-lo junto ao corpo que a veste. Estando eu na Ericeira, isto quer dizer que todo o meu corpo esteve imerso em àgua, um condutor muito melhor que o ar, a uma temperatura inferior a 20 ºC.
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Escusado será dizer que quando passado uma hora saí da àgua sentia frio como nunca tinha sentido na vida, e tremi incontrolavelmente (incluindo bater os dentes) durante outra hora em que estive exposto ao sol (relembro que estavam mais de 40 ºC).
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Em Setembro do ano passado, quando estava na Flórida, ainda me lembrava deste incidente tão vividamente como me lembro agora. E aproveitei para comprar uma pequena camisola térmica. A isto chama-se previdência, porque sabia que não a ia utilizar até ao início do Verão do ano seguinte, ou seja, hoje.
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E pelos vistos achei que valeu a pena, já que estou aqui a escrever sobre isto.

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Hei, alegrem-se: devem estar a ler o primeiro texto confessional alguma vez escrito sobre uma camisola ipotérmica.

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