quarta-feira, maio 02, 2007

Quando o que dizemos condiciona o que pensamos

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Começam a surgir vários elementos que parecem demonstrarm que a forma como falamos pré-determina a forma como podemos pensar. E por pensar não me estou a referir a pensamentos articulados, "racionais": estou também a falar da nossa própria percepção do mundo, coisas que há primeira vista nada têm a ver com linguagem, como a distinção entre cores ou a capacidade para contar.
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A nível de como a linguagem influencia a nossa percepção do mundo e impede a universalização de conceitos (uma das consequências da famosa "gramática universal" de Noam Chomsky), vide este artigo da New Yorker sobre a lingua dos Pirahã, a tribo amazónica mais trendy do momento - para despertar a vossa atenção, faço notar que os senhores (e as senhoras) que falam esta língua não entendem o conceito de cores, parecem ser incapazes de aprender a contar até mais que 3 e são incapazes de fazer contas tão simples como 1+1.

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Na mesma linha, e com povos mais civilizados, parece que os Russos, que têm palavras específicas para determinados tipos de azul escuro e azul claro, são muito melhores a identificar diferenças entre essas cores que as pessoas que falam inglês, uma língua que não faz essa distinção. Para ver o artigo na Nature (e também críticas a esta interpretação da experiência), vide aqui.


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Qual é o quadrado com a cor diferente?
Pessoas que falam russo identificam-no mais depressa que as que falam inglês.

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