quinta-feira, outubro 20, 2005

Vão-se lixar, tenho que copiar todo um outro blog
(o Aforismo & Afins, para quem quiser saber)

Há duas forças grandes que fazem girar o mundo. Uma é o «politicamente correcto» - PC. Outra é a «dor de cotovelo» - DDC. Em certa perspectiva, elas até estão relacionadas. O PC existe como forma de ultrapassar certa DDC - de não poder soltar a língua como (por exemplo) o VPV. [Note-se que é condição necessária para haver PC que haja consciência: por isso as «vituperices» da velhice aguda não contam].O PC dita que a cocaína da Kate Moss é maldita. A DDC dita que ela é «magra», ou melhor - e mais fashion - que é «magrééérrima» (que horror). Pois enganem-se: a menina de «magrérrima» não tem nada. As meninas é que são umas invejosas (consequentemente) relativistas. Ela é magra no sentido objectivo do termo, mas não pejorativo. Melhor falar em inglês, para a gente se entender: ela é «slim» (elegante) mas não «skinny» (escanzelada). Em Inglaterra, uma loja de roupa para mulheres resolveu alterar a numeração dos tamanhos da roupa, aumentando a talha mas mantendo os números! Uma mudança de escala, no fundo. Mas as inglesas (pudera!) ficaram todas contentes, mesmo sabendo da marosca. So much for rational expectations! Elas afirmam, contentes, que ainda vestem um tamanho 16! Apesar de serem umas bolas enormes (e em expansão), mantém o mesmo número! Uma das justificações avançadas por uma psicóloga (gordíssima, portanto com verdadeiros in-sights) é que apesar de elas saberem do «truque», os (supostos) namorados não toparão a marosca e elas então sentir-se-ão mais «confiantes» nos momentos íntimos. No fundo, a ilusão aumentaria a «auto-estima». Por este andar, bastará ajustar os números à medida kilogrâmica dos tempos.Parece que se celebrou há dias o dia da saúde, ou da obesidade. Gosto da expressão "obesidade mórbida", talvez por me recordar o brilhante "Seven". Imagino aqueles gordos enormes a rebentarem pelas costuras assim que ouço a palavra "mórbida". Os gordos têm direito a ser gordos e, claro, têm direito à vida. Mas, caros, não esqueçamos a origem das coisas: quando o homem era apenas um («bom» ou «mau», escolha o leitor) selvagem, mero caçador e recolector, não havia cá dessas coisas. Os gordos vieram com a civilização e o famigerado "bem-estar". Muito bem. Nada de paternalismos. Mas nada de vitimizações também. Aguentem-se. E, mais pó branco menos pó branco, viva a Kate Moss.

1 comentário:

Tiago Mendes disse...

Olá Pedro! Só descobri isto por ter reinstalado o Site Meter ;) Ainda bem que omitiu os títulos das fotos :)

Abraço,