sexta-feira, maio 13, 2005

Os gregos sabiam muito... uma vez mais

Já escrevia Demócrito, inventor da estética, que "os maiores deleites provêm da contemplação de obras belas".

Uma delas será a poesia lírica, primeiramente desenvolvida pelos jónios por volta dos séc. VII-VIII a.C.

Um dos exemplos mais antigos (e um dos mais belos, pelo menos na tradução de Eugénio de
Andrade) é este locus amoenus da poetisa Safos, de Lesbos*:

Se passares por Creta vem ao templo sagrado
onde mais grato é o pomar de macieiras,
e do altar sobe um perfume de incenso.

Aqui, onde a sombra é a das rosas,
no meio dos ramos escorre a água,
e no rumor das folhas vem o sono.

Aqui, no prado onde todas as cores
da Primavera abrem e os cavalos pastam
a brisa traz um aroma de mel.

(Deliciadamente plagiado de um livro de Frederico Lourenço)

*Iep, é essa, a do amor sáfico, a do amor lésbico...

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