quinta-feira, janeiro 15, 2004

Ouvi dizer que íamos a Marte. A primeira reacção foi de alegria infantil. Deve ser um pouco como ir à Índia a primeira vez. Ouvem-se histórias, já conhecemos as fotografias, mas haverá qualquer coisa de diferente (quanto à índia, consta que é o cheiro). No caso de Marte será a gravidade e o facto de ser tudo encarnado (estou a pensar em 6 milhões de portuguesas e uns velhotes apegados às suas ideias).



Mas depois dizem-me que antes disso temos de viver na lua uns dez anos. Desagradável, já lá se foi, mas a gravidade também é menor que na Terra. E é tudo cinzento.

Por último descubro que a vida na lua é em 2020 e a ida a Marte em 2030. Portanto, 25 anos. Foi uma decisão anunciada pelo Presidente Bush, numa tentativa de fomentar o espírito patriótico (vulgo, ganhar as eleições).

Longe vão os anos em que JFK, poucos messes após ser eleito, sentado com as pernas em cima da mesa, estabeleceu que até ao fim da década se tinha de pôr um Homem na Lua. O objectivo era desafiar a Última fronteira e reduzir os Soviéticos a palha.

Hoje, não há soviéticos. E Marte não anda à volta da terra, o que é um problema. E é muito caro, dizem.

Tenho pena de só se chegar a marte quando eu tiver 50 anos.

Até porque não me parece que me deixem ir no voo.

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