segunda-feira, novembro 24, 2003

Barcelonei.

As diferencas sao evidentes. Por exemplo, domingo fui ao museu da Caixa, que, grosso modo, corresponde a  nossa Culturgest. Talvez devesse equivaler ao nosso Ministerio da Cultura, a Fundacao Gulbenkian. Mas juntemos ainda o CCB, e penso que terei cobertas todas as grandes casas de exposicoes de Lisboa.
Assim, em Barcelona tinhamos, em duas salas, e por tres semanas apenas (depois mudam as exposicoes; vd. o programa aqui ), e a   borlix:
- uma exposicao de mestres flamengos do seculo XVI, ou seja, Rubens, van Dyck, Jordaens, etc;
- uma retrospectiva das melhores fotografias de Cartier-Bresson;
- uma coleccao que representava a evolucao do retratismo no Renascimento;

As exposicoes conjuntas da Gulbenkian, CCB e Culturgest sao:
- Ângelo de Sousa: Transcricoes e Orquestracoes (Gulbenkian)
-Do Estadio Nacional ao Jardim Gulbenkian - Francisco Caldeira Cabral e a Primeira Geracao de Arquitectos Paisagistas (1940-1970) (Gulbenkian)
-Uma Tradicao Secular - Bordados do Imperio Otomano a India - sec. XVIII-XIX (Gulbenkian)
-7 Artistas ao 10º Mes (Gulbenkian)
-Pedro Campos Rosado - Ripple (Gulbenkian)
-Fernando Lemos: Amigos Artistas (Gulbenkian)
-Jorge Pinheiro: desenhos preparatorios das Pinturas O Bispo (Gulbenkian)
-Experimenta Design 2003 (CCB)
- Visoes do corpo na coleccao Berardo (CCB)
-To leave and to take (Irit Bastry) (CCB)
-Noronha da Costa revisitado (CCB)
-Sao Tome - fotografias de Ricardo Franca (CCB)
-Cara a Cara (Culturgest)
-Quarto a ceu aberto de Fernanda Fragateiro (Culturgest)

Agora as possiveis injusticas:
- e obvio que estes entes tem todos salas de espectaculo, coisa que La Caixa nao tem;
- a maior parte das exposicoes da Gulbenkian sao gratuitas;
- e e obvio que as exposicoes nao sao mas.

Mas o grave nao e isso. O grave e que a Fundacao La Caixa, pese a sua importancia, e tao representativa que nao aparece sequer nos guias turi­sticos de Barcelona, que enumeram todo e qualquer jardim, museu e centro de espectaculos.
E, com o devido respeito e venia as exposicoes em cartaz em Lisboa, que ate sao boas, parece-me evidente a (imensa) diferenca de qualidade.

E depois, claro,ha a diferenca humana: domingo,as onze da manha, nao se podia circular na Fundacion La caixa, tal o numero de pessoas, que iam, muitos com os filhos pequenos (que ficavam entretidos e guardados num espectaculo a  entrada... ca so conheoo o CPA no CCB, e mesmo assim...). Existe um habito arreigado de ir ao museu, cultural, criado desde pequeno.

Outro exemplo e o cartaz que mais se ve no metro da cidade. E de publicidade? Concerteza. Mas de uma exposicao de Manet, a realizar-se no Museu do Prado (Madrid, para quem nao saiba... sao 600 km, a mesma distancia de Lisboa). Durante tres meses. E a informacao visava, essencialmente, dar o numero de telefone e o endereco de mail para reservar bilhetes para a dita exposicao.









Sem comentários: